Me vem fresco à memória o tempo em que os deveres eram feitos às pressas para que logo se encerrassem. Quando encerrados, chegava o descanso que, imerso em tanta ânsia, pouco me descansava.
Me lembro bem do peso da literalidade achatando toda textura das minhas manhãs para, depois, uma pressa acinzentada aspirar toda cor de cada tarde.
Com a impaciência engolindo a caminhada, andar atenta a todo detalhe passou a ser daqueles exercícios que, em noite de pouca trégua, nos propomos a - assim que o sol da manhã seguinte nascer - fazer.
Assim fiz.
Assim feito, as cores que compunham as veredas se fizeram tão mais vivas e as curvas do cotidiano me pareceram tão bonitas e os sorrisos desenhados nos rostos dos que encontrei no caminho se fizeram tão sinceros, que jamais inventei de regressar a ver a vida como um dia vi - apenas como um todo.